3.12.06

Conhecimento Deprimido

O conhecimento é uma faca de dois gumes. Num livro que andei a ler, Quando Nietzsche Chorou, escrito por Irvin D. Yalow, o filósofo alemão afirma que "o desespero é o preço pago pela auto-consciência". Ora, é meu hábito pensar que quanto mais sabemos melhor somos, já que possuímos ferramentas intelectuais que, à partida, nos distinguem da maioria. Os grande líderes da humanidade, se bem que maioritariamente fascistas loucos e tiranos, eram todos grandes crânios. No entanto, uma maior consciência do que nos rodeia, principalmente nos dias de hoje, pode ser algo nocivo; vivemos num mundo cheio de inúmeros podres, onde o Terrorismo semeia o medo, o poder económico dita as leis e onde a sobrevivência é uma missão cada vez mais impossível. Este cenário torna-se mais negro visto que estamos em Portugal.
Nós somos o irmão pobre da península Ibérica. No nosso país, para além de séculos de história que as novas gerações teimam em esquecer, estabelecem-se os mais variados recordes: há uns anos lembro-me de ver o Rui Unas, no Cabaret da Coxa, festejar entusiasmado a "promoção" de Portugal para o "país onde se consome mais álcool entre os jovens." Mais, somos também o pais que mais anti-depressivos e estabilizadores de humor consome, o que nos torna num perigoso cocktail alucinogéno que vários artistas dos anos oitenta, infelizmente já falecidos, consumiam regularmente.
Continuamos é a braços com uma herança cultural que, só no estrangeiro, teima em destacar-se. Na música, na arte, em tudo; não damos valor ao que é nosso.

1 comment:

Anonymous said...

Você imagine como sinto isto vivendo aqui no Brasil ... vivemos numa época que merece muita atenção pois o mundo mais se preocupa com a estética do que com a ética.