12.3.07

todos os dias...

Faço, todos os dias, desde que me lembro, três perguntas: o que sou eu, quem sou e quem serei. Acho que estas questões são uma preocupação do Homem em geral. Todos nós, em algum ponto da nossa vida, questionamos-nos sobre qual o nosso papel neste palco da vida.
Eu não sei o que sou, nem quem sou. Sei, no entanto, o que serei. Sou todo o sabor de uma caneta a percorrer um papel, impregnando tinta numa superfície macia e lisa. Sei que serão as minhas acções que me irão definir - Deus morreu e sou o único responsável pelo que faço. Nesta angústia existencialista, a minha alma chora. E, enquanto ela chora, eu quero escrever. O que ela sente, o que não sente. Sei que vivo um propósito porque ele é parte integrante de mim. Deixem-me gritar o meu ódio, a minha raiva, chorar a minha dor e sorrir com o Amor. Sem isto tudo, valeria a pena escrever?

11.3.07

Raridades

E quando a melodia faz sentido? Suga-nos para dentro do seu mundo, percorre-nos a espinha e, no fim, sentimos um arrepio. Este é o caminho e o propósito da música. Aquele momento mágico em que tudo nos faz sentido na composição musical, na voz de quem canta, nos efeitos e, claro está, nos silêncios.
O poder da música transcende-nos. Como tantas outras coisas. No entanto, consumimos e somos movidos pela música. Os jovens, seguidores e fanáticos de bandas com uma boa equipa de marketing ou cantores a solo com uma imagem muito cuidada, hoje em dia não valorizam o verdadeiro potencial da arte musical. Gostam apenas de uma música pela letra que lhes lembra a pessoa que querem ter.
No meio de tanto desperdício é sempre surpreendente quando nos deparamos com músicos de uma qualidade exímia, que nos tocam na nossa alma, compreendendo-nos. Torna-se, de certa maneira, numa paixão. Aquele momento em que pertencemos ao momento que é totalmente guiado por um instrumento ou até uma voz.
O Destino - chamemos-lhe assim - fez magia. Numa noite de chuva e frio, dentro de um carro com desconhecidos, ouvi Muse. Uma banda britânica de uma genialidade musical e beleza de execução que supera muitos dos tão aclamados mestre da música de hoje. Porque me toca, porque é belo, porque a voz exprime sentimentos complexos numa forma inocente e simplificada. Porque são únicos. Porque gosto.

1.3.07

Regurgitação Mental


A alma humana é algo intrigante; perante o destino de um todo-para-a-morte( perdoem-me a passagem pela filosofia de Sartre ), a vida e o que fazemos dela, os nossos actos, as nossas escolhas, são parte integrante de nós. A evidência é clara, a vida que cada um de nós leva, independente de um credo num destino, numa entidade, é reflexo daquilo que, no âmago, somos.
Incrementando o meu niilismo, vejo-nos como meros animais; dependendo do meio em que somos criados - hoje em dia o termo correcto será "educados" - a nossa consciência é moldada. Numa sociedade dividida pelo capital, será mais do que inevitável a criação de pequenos monstros sofredores de várias patologias: homicidas, pedófilos, extremistas religiosos, George W. Bush, etc.
Gostava de entender mais profundamente as evoluções sociológicas desde os primórdios dos tempos. A compreensão do passado permite um melhor entendimento do presente para que possamos questionar-nos daquilo que é o futuro.
O nosso valor está na nossa consciência. Quero ser o super-homem que Zaratustra cantou aos sete cantos do mundo.