11.3.07

Raridades

E quando a melodia faz sentido? Suga-nos para dentro do seu mundo, percorre-nos a espinha e, no fim, sentimos um arrepio. Este é o caminho e o propósito da música. Aquele momento mágico em que tudo nos faz sentido na composição musical, na voz de quem canta, nos efeitos e, claro está, nos silêncios.
O poder da música transcende-nos. Como tantas outras coisas. No entanto, consumimos e somos movidos pela música. Os jovens, seguidores e fanáticos de bandas com uma boa equipa de marketing ou cantores a solo com uma imagem muito cuidada, hoje em dia não valorizam o verdadeiro potencial da arte musical. Gostam apenas de uma música pela letra que lhes lembra a pessoa que querem ter.
No meio de tanto desperdício é sempre surpreendente quando nos deparamos com músicos de uma qualidade exímia, que nos tocam na nossa alma, compreendendo-nos. Torna-se, de certa maneira, numa paixão. Aquele momento em que pertencemos ao momento que é totalmente guiado por um instrumento ou até uma voz.
O Destino - chamemos-lhe assim - fez magia. Numa noite de chuva e frio, dentro de um carro com desconhecidos, ouvi Muse. Uma banda britânica de uma genialidade musical e beleza de execução que supera muitos dos tão aclamados mestre da música de hoje. Porque me toca, porque é belo, porque a voz exprime sentimentos complexos numa forma inocente e simplificada. Porque são únicos. Porque gosto.

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