2.5.07

26 horas por Calisto

Por cada 24 horas de cada dia, multiplicados pelos 7 dias de cada semana, que são engolidas na mescla de 52 semanas de cada ano concretizando a nossa quase secular duração, esbarramo-nos com um sem fim de posturas.

Gosto de tentar compreender este espectro que abrange o mais inato e inconsciente e o mais frio e seco. Ao observar o processo e sequência de reacções no confronto com outros e entre outros, não querendo mecanizar ou simplificar o conceito de pessoa, saltam padrões que me custam aceitar como reais. Volto a bater na mesma tecla já gasta e mais alva que as suas pares deste meu teclado ao encontrar uma atitude estereotipada (apesar de escolhida; o facto de ser uma escolha torna-se o motivo da minha indagação), condenada à partida a adquirir um reflexo baço de um plástico disforme e coberto de pó, que vai contra alguns dos mais básicos princípios.

Entristece-me ver o egoísmo nas coisas mais simples, a necessidade de se sobrepor a tantos níveis, a facilidade com que se culpa, o apontar o dedo sem nunca notar na catástrofe que é a unha roída nem as peles eriçadas - farpas secas, prestes a, felizmente, cravarem uma dor desmesurada tendo em conta o seu tamanho. No final de contas é tudo uma função "umbigal" que não olha a meios, espalhada pelo domínio da nossa existência, cheia de curvas e interrupções bruscas à qual se ignora qualquer tentativa atenuamento.

É no entanto isto o que dá pica no mundo. Está provado que nunca estamos contentes. Certamente, se toda a gente agisse de uma maneira correcta (correcto? incorrecto? bem? mal? subjectividade.) entre si, estaria a debitar caracteres sobre a apatia e conformidade em que se vivia. Era possível até não ter este meio que me permite vomitar o que vai cá dentro, já que a necessidade tecnológica não teria surgido sem a evolução requerida por um mundo militarizado. Não deixa de ser triste. Não deixo de tentar compreender. Cada um sabe de si, dizem.

Cumps

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