21.1.07

IVG

Sendo um tema em voga, ainda para mais com a consulta popular aí à porta, quis opinar e explicitar a minha opinião sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez(IVG). Até há bem pouco tempo tinha a noção de que os jovens, apesar da estupidificação geral que se faz sentir em Portugal, eram uma esmagadora maioria de apoiantes à liberdade de escolha da mulher. Tirando casos excepcionais de snobs da classe alta - sem qualquer tipo de noção das dificuldades que o resto dos portugueses sofrem - que se defendem dizendo que se trata de uma vida e que é um homicídio. Como estas mesmas pessoas depois me disseram que em caso de violação poder-se-ia dar uma excepção, concluo que no ver delas uma vida só ganha o seu respectivo valor se for concebida com consentimento. Poupem-me ao trabalho e reflictam sobre a vossa própria ignorância.
Inclusivamente pessoas altamente inteligentes e com padrões morais e éticos que eu considerava semelhantes aos meus, surpreenderam-me defendendo o não. Eu não quero entrar aqui na discussão se é vida, se deixa de ser, se é homicídio, se não é. Agora, para defender a minha posição, sustento apenas uma tese: a IVG existe, já há muitos anos. É praticada hoje, e será praticada no futuro. E, sendo um problema que irá sempre existir, porque é utópico acreditar em políticas de natalidade funcionais no nosso país, porque é que temos nós que descriminar quem opta por abortar? Para além das pobres almas que são violadas e engravidam, ninguém se lembra das crianças mais desfavorecidas, ignoradas em todos os sectores sociais?
É muito simples na verdade, é uma questão de lógica. Se o problema existe, e vai existir, porque não tornar as condições dos procedimentos mais seguras, legalizando a IVG?

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